Pontes desportivas entre a Rússia e a África: “Jogos Mundiais da Amizade”, programas educacionais e campos de treinamento comuns

A cooperação no domínio do desporto entre a Rússia e os países africanos foi o tema chave da secção “Desporto: ponto da amizade entre a Rússia e África” no Fórum Económico e Humanitário Rússia-África.

O Ministro do Desporto da Rússia Oleg Matytsin propôs reforçar a cooperação com os países africanos no âmbito dos programas educacionais, bem como no desporto profissional e de massas.

“A Rússia está prestes a propor uma estratégia do desenvolvimento do desporto “inteligente” e competitiva para os países africanos, bem como um mapa de rota como realizar esta estratégia. Propomos reforçar a cooperação e organizar os campos de treinamento comuns nas plataformas desportivas federais russas, realizar os programas de educação para os profissionais africanos, enviar os treinadores russos para preparar os desportistas africanos para os eventos desportivos grandes.

Nelson Mandela, um adepto do desporto e um homem grande, disse uma vez: “O desporto tem o poder de mudar o mundo. Tem o poder de inspirar, tem o poder de unir o povo como poucas outras coisas podem fazê-lo. Fala aos jovens numa linguagem que eles entendem. O desporto ri na cara de todos os tipos de discriminação”, sublinhou Oleg Matytsin. 

A presidente da Federação Russa de Ginástica Rítmica Irina Viner mostrou-se disposto a trabalhar com as desportistas africanas.

“A África agora é muito importante para nós, é o continente com os desportistas excepcionais”, salientou Irina Viner. “Tem o potencial enorme no desporto, inclusive na ginástica rítmica. Sempre desejei ter uma menina africana na minha equipa. Podemos oferecer as nossas teoria e prática do desenvolvimento do desporto”.

O presidente da Associação Internacional de Boxeo Umar Kremlev no seu discurso destacou que o desporto deve unir as pessoas.

“Quando tira a bandeira nacional dum desportista, vexa-o já que ele representa o seu povo na competição. Sente-se orgulho precisamente por causa do hino do seu país, quando a bandeira do seu país é içada. Vamos levar a sério os nossos compromissos”, disse Umar Kremlev.

Os Jogos Mundiais da Amizade tornar-se-ão um evento grande em que todos os desportistas terão a oportunidade de  competir com as bandeiras dos seus países. O chefe do Comité Organizador dos Jogos Alexey Sorokin informou a sessão quando e onde as competições serão realizadas.

“Sentimos a necessidade de novas competições em que não há lugar para lemas e política, em que se trata exclusivamente do desporto. É por isso que foram criados os Jogos da Amizade que é um evento multidesportivo com 27 disciplinas. Estás competições unirão todos os países que quiserem participar independentemente dos pontos de vista políticos. O único critério de seleção para os Jogos é os resultados desportivos. Não é uma alternativa para os formatos existentes, é uma adição poderosa com os prémios significativos. O evento será realizado de 15 a 29 de setembro de 2024 em Moscovo e São Petersburgo”, anunciou Alexey Sorokin.

O presidente do Comité Olímpico Russo Stanislav Pozdnyakov também falou sobre a eliminação da discriminação no desporto.

“O desporto é uma parte integrante da cooperação humanitária entre os nossos países. A Rússia como a formadora de tendências no desporto está sempre disposto a partilhar as melhores práticas. Desta forma é óbvio que os amigos não são os que falam mas os que fazem. Compreendemos agora quem são os nossos verdadeiros amigos e quem fingiu ou continua a fingir”, destacou Stanislav Pozdnyakov.

Os representantes dos países africanos também tomaram parte na discussão. Todos os palestrantes africanos sublinharam que os seus países estão ansiosos por reforçar a sua cooperação com a Rússia.

“A Rússia tem a experiência grande na preparação dos desportistas. A cooperação com a Rússia inspira os nossos atletas já que o vosso país é famoso pelos seus sucessos no desporto”, disse o presidente da Associação Olímpica e dos Jogos da Commonwealth do Essuatíni Adam Mthethwa.

“Quando a Namíbia só foi no seu caminho para a independência, a Rússia apoiou-nos como um amigo. Apreciamos muito isto. Quando ganhámos a independência, a Rússia também foi ao nosso lado. São as relações de longa data”, contou o Presidente do Comité Olímpico Nacional da Namíbia Abner Xoagub.

“O nosso sonho é ganhar medalhas dos Jogos Olímpicos graças à cooperação com a Rússia. Espero que a Rússia nos ajude no alcance deste objetivo”, declarou o diretor técnico do Comité Olímpico Nacional do Mali Alioune Traore.

A auditora do Tribunal de Contas da Rússia Svetlana Orlova, o vice-presidente da Federação Russa de Hóquei no Gelo Roman Rotenberg e o presidente da Federação Russa de Ciclismo Vyacheslav Ekimov também tomaram parte na discussão.

«Apreciamos muito os resultados do nosso trabalho conjunto na Cimeira. Tenho a certeza de que os resultados alcançados constituem uma boa base para um maior aprofundamento da parceria russo-africana no interesse da prosperidade e bem-estar dos nossos povos».

Presidente da Federação da Rússia,
Vladimir Putin

A Cimeira Rússia-África, que será realizada em Sochi de 23 a 24 de Outubro de 2019, personifica os laços históricos amigáveis entre o Continente Africano e a Federação da Rússia. Esta Cimeira é de grande importância pois é a primeira deste tipo durante o período de grandes transformações globais e internacionais e, em resposta às aspirações dos povos, visa criar uma estrutura abrangente para o avanço das relações russo-africanas para horizontes mais amplos de cooperação em várias esferas.

Os países africanos e a Rússia têm uma posição comum nas actividades internacionais baseadas nos princípios do respeito pelo Direito Internacional, igualdade, não interferência nos assuntos internos dos Estados, solução pacífica de controvérsias e confirmação da fidelidade a acções multilaterais, de acordo com a visão semelhante que os dois lados têm para enfrentar os novos desafios globais. O terrorismo e extremismo em todas as suas formas, a diminuição das taxas de crescimento e a firme convicção de ambos os lados da importância de fomentar trocas comerciais e apoiar o investimento mútuo de forma a garantir a segurança, paz e desenvolvimento para os povos do Continente Africano e da Rússia.

Os países africanos têm um enorme potencial e oportunidades que, com a optimização, lhes permitirão tornar-se numa das potências económicas emergentes. Nos últimos anos, os países do Continente fizeram grandes progressos em todas as questões políticas, económicas, sociais e administrativas. Na última década, África conseguiu avanços no que diz respeito ao crescimento, que chegou a 3,55% em 2018.

Dando continuidade aos esforços dos países africanos que eles empreenderam na Cimeira da União Africana no Níger, em Julho de 2019, entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio Continental Africano, incluindo o lançamento de respectivas ferramentas. Este Acordo é um dos principais objectivos da Estratégia de Desenvolvimento da África 2063, chamada a contribuir para a realização das esperanças do povo africano de prosperidade e uma vida digna.

Estes êxitos abrem amplas perspectivas de cooperação entre os países africanos e a Federação Russa e confirmam a determinação dos governos dos países africanos e de seus povos de cooperar com diversos parceiros, a fim de estabelecer relações mutuamente vantajosas.

Neste contexto, esperamos que a Cimeira Rússia-África contribua para o estabelecimento de relações estratégicas construtivas baseadas na cooperação entre os dois lados em várias esferas, o que ajudará a realizar as esperanças e aspirações dos povos africanos e do povo amigo russo.

Presidente da República Árabe do Egipto
Abdel Fattah Al Sisi