Oportunidades educacionais e científicas da Rússia para a África foram discutidas como parte do programa para jovens do Fórum Rússia-África

Em 28 de julho, no âmbito do programa juvenil do Fórum Económico e Humanitário Rússia-África, decorreu o painel de discussão "Construindo um futuro comum:  oportunidades educacionais e científicas da Rússia para a África". Os palestrantes e expertos do evento foram Andrey Voronin, vice-presidente do Conselho de Coordenação para Assuntos da Juventude nas Áreas Científica e Educacional do Conselho de Ciência e Educação da Presidência da Federação da Rússia, Natalya Komarova, Governadora do Distrito Autónomo de Khântia-Mânsia – Iugra, Kémi Séba, líder do Movimento Pan-Africano, David Okpatuma, membro da equipe principal Friends for Leadership da Fundação Centro da Promoção Internacional, e Maria Matveeva, assessora do chefe para Atividades Internacionais da Fundação "Talento e Sucesso". A discussão foi moderada pelo vice-reitor para Política da Juventude, Trabalho Social e Relações Internacionais do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo (Universidade) do Ministério das Relações Exteriores da Rússia (MGIMO), Stanislav Surovtsev.

No seu discurso de abertura, Stanislav Surovtsev chamou a atenção para o facto de a Rússia estar a viver um novo impulso no desenvolvimento da cooperação no âmbito da educação com os países africanos. “Neste momento, é muito importante formar as bases para uma cooperação frutífera e mutuamente benéfica”, disse o moderador, dando origem à discussão.

O primeiro a tomar a palavra foi o Presidente do Movimento Pan-Africano, Kemi Seba. Ele observou que os modelos impostos pelo Ocidente na esfera educacional continuam a funcionar no continente africano: “Temos programas escolares africanos, mas são europeus e americanos, e devemos ter os nossos próprios”. Kemi Seba sublinhou que, no século XXI, a cooperação deve ser livre de contexto ideológico e baseada em condições iguais e mutuamente benéficas.

Natalya Komarova, Governadora do Distrito Autónomo de Khântia-Mânsia – Iugra, continuou a discussão. Ela comunicou que o Distrito Autónomo de Khântia-Mânsia está pronto para aumentar o número de estudantes de África que estudam em várias áreas, incluindo as áreas de petróleo e gás, energia, medicina e TI. “Já temos mais de 400 estudantes de países estrangeiros, cerca de 20 de eles são africanos, e estamos prontos para avançar mais nesse sentido [aumentar o número de alunos de países africanos na Yugra]. Estamos a trabalhar sistematicamente para criar oportunidades educacionais para cidadãos russos e estudantes estrangeiros”, destacou Natalia Komarova. Segundo ela, a Universidade Estatal de Yugra está pronta para abrir centros de ensino a distância para ministrar aulas da língua russa em países africanos. Em versão piloto, durante a pandemia do coronavírus, a universidade formou 10 jovens na Casa Russa na Zâmbia, que passaram o mínimo de língua russa e foram para vagas financiadas pelo orçamento sob a cota do Ministério da Educação e Ciência da Federação da Rússia.

Maria Matveeva, assessora do chefe para Atividades Internacionais da Fundação "Talento e sucesso", também falou sobre oportunidades para menores africanos em idade escolar na Rússia. De 27 a 28 de abril foi realizada a primeira Olimpíada Internacional de Matemática. “No próximo ano, convidamos alunos do continente africano a participar dela em pessoa”, disse Maria Matveeva, observando que o evento mais próximo, onde os jovens africanos podem provar as suas forças é a Olimpíada Internacional de Astronomia. Será organizada em novembro de 2023.

David Okpatuma, membro da equipe principal Friends for Leadership da Fundação Centro da Promoção Internacional, enfatizou também a importância da cooperação entre a Rússia e África no campo da educação. Destacou que em África vive mais de mil milhões de pessoas, 60% das quais são jovens, e os estudantes africanos valorizam muito o sistema educacional russo. “O sistema de educação russo não contradiz as nossas tradições e valores. E quando os estudantes voltam, podem trazer benefícios significativos para o continente», resumiu David Okpatuma. 

A organizadora da Segunda Cimeira e do Foro Econômico e Humanitário é a Fundação Roscongress. 

 

Site do evento: https://summitafrica.ru/

«Apreciamos muito os resultados do nosso trabalho conjunto na Cimeira. Tenho a certeza de que os resultados alcançados constituem uma boa base para um maior aprofundamento da parceria russo-africana no interesse da prosperidade e bem-estar dos nossos povos».

Presidente da Federação da Rússia,
Vladimir Putin

A Cimeira Rússia-África, que será realizada em Sochi de 23 a 24 de Outubro de 2019, personifica os laços históricos amigáveis entre o Continente Africano e a Federação da Rússia. Esta Cimeira é de grande importância pois é a primeira deste tipo durante o período de grandes transformações globais e internacionais e, em resposta às aspirações dos povos, visa criar uma estrutura abrangente para o avanço das relações russo-africanas para horizontes mais amplos de cooperação em várias esferas.

Os países africanos e a Rússia têm uma posição comum nas actividades internacionais baseadas nos princípios do respeito pelo Direito Internacional, igualdade, não interferência nos assuntos internos dos Estados, solução pacífica de controvérsias e confirmação da fidelidade a acções multilaterais, de acordo com a visão semelhante que os dois lados têm para enfrentar os novos desafios globais. O terrorismo e extremismo em todas as suas formas, a diminuição das taxas de crescimento e a firme convicção de ambos os lados da importância de fomentar trocas comerciais e apoiar o investimento mútuo de forma a garantir a segurança, paz e desenvolvimento para os povos do Continente Africano e da Rússia.

Os países africanos têm um enorme potencial e oportunidades que, com a optimização, lhes permitirão tornar-se numa das potências económicas emergentes. Nos últimos anos, os países do Continente fizeram grandes progressos em todas as questões políticas, económicas, sociais e administrativas. Na última década, África conseguiu avanços no que diz respeito ao crescimento, que chegou a 3,55% em 2018.

Dando continuidade aos esforços dos países africanos que eles empreenderam na Cimeira da União Africana no Níger, em Julho de 2019, entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio Continental Africano, incluindo o lançamento de respectivas ferramentas. Este Acordo é um dos principais objectivos da Estratégia de Desenvolvimento da África 2063, chamada a contribuir para a realização das esperanças do povo africano de prosperidade e uma vida digna.

Estes êxitos abrem amplas perspectivas de cooperação entre os países africanos e a Federação Russa e confirmam a determinação dos governos dos países africanos e de seus povos de cooperar com diversos parceiros, a fim de estabelecer relações mutuamente vantajosas.

Neste contexto, esperamos que a Cimeira Rússia-África contribua para o estabelecimento de relações estratégicas construtivas baseadas na cooperação entre os dois lados em várias esferas, o que ajudará a realizar as esperanças e aspirações dos povos africanos e do povo amigo russo.

Presidente da República Árabe do Egipto
Abdel Fattah Al Sisi