Questões da cooperação interpartidária para reforçar a segurança internacional no contexto da instabilidade geopolítica tornaram-se tema do painel de discussão no Fórum Rússia-África

Em 27 de julho, o painel de discussão “Segurança internacional no contexto de instabilidade geopolítica: interação interpartidária” abriu o programa de negócios do Fórum Económico Rússia-África na secção “Segurança integral e desenvolvimento soberano”. Andrei Klimov, Vice-Presidente do Comitê de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação da Assembléia Federal da Federação Russa foi o moderador do painel de discussão, Durante o evento discursaram Konstantin Kosachev, Vice-Presidente do Conselho da Federação da Assembléia Federal da Federação Russa, Emmerson Dambudzo Mnangagwa, presidente da República do Zimbábue, Nomvula Mokonyane, Primeira Secretária-Geral Adjunta do partido Congresso Nacional Africano (África do Sul), Netumbo Nandi-Ndaitwah, Vice-Primeiro-Ministro, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República da Namíbia, Vsevolod Tkachenko, diretor do Departamento de África do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa etc.
Andrei Klimov, Vice-Presidente do Comité do Conselho da Federação da Assembléia Federal da Federação Russa para Assuntos Internacionais, foi o primeiro a discursar. “Teremos um evento muito importante oferecido pelo partido Rússia Unida. Será realizado nos finais de outubro e estará relacionado com a consolidação de forças que ainda querem parar o neocolonialismo e a sua propagação e remover este fenómeno perigoso da história mundial em geral. No âmbito deste evento, esperamos estabelecer um movimento informal mas global. Precisamente contra estas práticas do neocolonialismo moderno. E o Comité Organizador já está a trabalhar no coração deste movimento, tendo sido criado com base nos nossos parceiros estratégicos no diálogo interpartidário de todos os continentes”, afirmou Klimov.
Os participantes do evento concordaram que a atual realidade geopolítica sofreu mudanças significativas, com as ameaças à segurança global estando a crescener. Ao mesmo tempo, os países do “Norte global” continuam a prosseguir a sua agressiva política neocolonial em África. Os oradores debateram a necessidade de aumentar a cooperação entre os partudis da Rússia e de África.
O presidente da República do Zimbábue, Presidente do partido União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica, Emmerson Mnangagwa, ressaltou: “A Rússia desempenhou um papel enorme na nossa luta contra o imperialismo e o colonialismo. Esta ligação histórica entre a Rússia e a África constitui para nós um princípio orientador na luta contra o imperialismo. Vemos a Rússia como um aliado coerente. Ao longo de centenas de anos estivemos sob a opressão colonial e temos experiência na luta contra ela.”
Konstantin Kosachev, Vice-Presidente do Conselho da Federação da Assembléia Federal da Federação Russa, disse: “Chegou a hora de começarmos a formar um novo conjunto internacional de partidos políticos, eu não tenho medo desta palavra. Digamos assim, a Internacional de um mundo multipolar ou a internacional para a multipolaridade, que incluiria os partidos independentemente das suas plataformas políticas em questões de desenvolvimento interno. Alguém, se calhar, se manifesta a favor de um papel maior do Estado, alguém – a favir de um menor, alguém, talvez, apoia o aumento dos impostos, alguém quer baixá-los, alguém, talvez, deseja aumentar a idade de aposentadoria, alguém - baixar. Mas todas estas são questões soberanas do desenvolvimento interno de cada país, cada partido político pode ter o seu próprio ponto de vista sobre estas questões.”
Nomvula Mokonyane, Primeira Secretária-Geral Adjunta do Congresso Nacional Africano (África do Sul): “A África do Sul e a Rússia têm ativamente cooperado na ONU, no G20, nos BRICS, criticando a ordem mundial unipolar e esforçando-se por construir um mundo multipolar. Estas ideias são a base do nosso desejo de cooperação internacional. Lutamos por um mundo baseado no respeito mútuo, do qual todos beneficiam. O Congresso Nacional Africano respeita a ONU e a sua Carta como base do direito internacional, mas apelamos à reforma das instituições globais, a fim de evitar um mundo unipolar onde as decisões são tomadas por um país só.”
Netumbo Nandi-Ndaitwa, Vice-Primeiro-Ministro, Ministro dos Negócios Estrangeios e Cooperação da República da Namíbia, Vice-Presidente da Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO, na sigla em inglês): “O partido SWAPO e o povo da Namíbia acreditam na multipolaridade e compreendemos a importância de trabalharmos conjuntamente. Conseguimos conquistar a independência com a ajuda de muitos países amantes da liberdade. Uma das questões-chave para alcançar a paz internacional em condições de instabilidade geopolítica é a cooperação interpartidária, por os partidos políticos serem instituições que refletem melhor as aspirações dos povos do que quaisquer outras organizações, pelo que é necessário desenvolver a cooperação política para estabelecer a coordenação entre os povos e as organizações internacionais e responder em conjunto aos desafios que se colocam à paz e à estabilidade.”